sábado, 25 de abril de 2009

Cotas no STF





Ministro por acaso




Assessor influente no primeiro governo do presidente Lula, Frei Betto indispôs-se com o Palácio e resolveu publicar em livro uma espécie de diário, que ganhou o nome de “Calendário do Poder” (Editora Rocco, 536 páginas).

Nela há revelações patéticas, como o acaso que fez de um procurador desconhecido ministro da mais alta corte judiciária do país, tudo porque o governo queria nomear um negro para lá, dentro do que chamam de políticas afirmativas.Um encontro fortuito numa agência da Varig em Brasília com o Frei Betto foi tudo o que serviu para essa promoção. Independente da competência que possa ter, o que pesou mesmo foi sua condição de afro-descendente.


Frei Betto, o ministro Márcio Thomaz Bastos e o próprio presidente mostraram nesse episódio o que um governo pode fazer quando dispõe de poderes hipertrofiados.Ao assumir o STF com 49 anos, sem que o mundo jurídico e a mídia soubesse de quem realmente se tratava, Joaquim Benedito Barbosa Gomes ganhou um cargo vitalício para exercer até completar 70anos.Ao final de 5 anos no Supremo, continua sendo notado apenas pelo motivo que o levou àquela corte. Nenhum dos seus votos pode ser considerado referência para decisões futuras naquela ou em qualquer outra casa do Judiciário.Veja as citações dele no relato do Frei Betto:
3 de fevereiro de 2003, segunda (Página 82).“A coluna de Mônica Bergamo, na FOLHA DE SÃO PAULO, cita os nomes dos juristas Nilo Batista, Eros Grau e Joaquim Barbosa como prováveis indicados às próximas vagas no Supremo Tribunal Federal.


E acrescenta: “O sonho do presidente Lula é nomear um negro para uma das vagas – o que favorece a candidatura de Barbosa, que tem também o apoio Frei Betto”.Meu apoio decorre de um acaso. Pouco antes da virada do ano fui à agência da Varig, em Brasília, tratar de meu retorno a São Paulo após a posse presidencial.


Perante enorme fila, agarrei a minha senha e instalei-me no primeiro banco vazio encontrado pela frente, ao lado de um cidadão negro que eu nunca vira.- Você é o Frei Betto? – indagou-me.Confirmei. Apresentou-se: Joaquim Barbosa, jurista, Procurador Regional da República, professor de Direito no Brasil e nos Estados Unidos. Trocamos idéias e, ao me despedir, levei dele o cartão e a boa impressão”.6 de março de 2003, quinta-feira (Página 90).Márcio Thomaz Bastos indagou se conheço um negro com perfil para ocupar vaga no STF.


Lula pretende nomear um afro-descendente para a Suprema Corte do país. Lembrei-me de Joaquim Barbosa.



Cotas também na Justiça?Pelo que entendi do livro de Frei Betto,qualquer negro seria bem vindo,não tenho competência para avaliar a capacidade de Joaquim Barbosa,mas colocar uma pessoa no STF(qualquer uma)pela cor da pele,e não por seu mérito é de doer...

Menos de 48 horas depois de lançar o repto a Gilmar Mendes, presidente do STF, Joaquim Barbosa foi ao meio-fio.

Numa sexta-feira de expediente normal no Supremo, Joaquim desfilou sua notoriedade em pleno centro do Rio de Janeiro.

Almoçou com uma trinca de amigos no Bar Luiz, tradicional ponto de encontro do carioca. Recebeu cumprimentos da dona do estabelecimento, Rosana Santos.

Acenaram-lhe das mesas ao redor. Na saída, foi brindado com os “parabéns” da clientela. Desceu a pé a Rua da Carioca.

Foi ao carro oficial só na altura da movimentada esquina com a Avenida Rio Branco. Formou-se em torno dele uma pequena aglomeração. Mais cumprimentos.

O passeio ganhou a web. E chegou aos gabinetes do STF. Em privado, colegas de Joaquim, entre eles Gilmar Mendes, destilaram irritação.

Enxergaram no “passeio” do desafeto a deliberada intenção de “provocar”. O blog tentou ouvir Gilmar. Ele não quis falar. (...)

Joaquim deve a toga a uma indicação de Lula. Está no STF há seis anos. Dá expediente também no TSE. Tornou-se um colecionador de desafetos.

Na ponta do lápis, já se indispôs com seis colegas. No STF: Gilmar, Marco Aurélio Mello, Eros Grau e Celso de Mello. No TSE: Felix Fischer e Arnaldo Versiani.http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/
É o ministro preferido de Lula...

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